sábado, 17 de dezembro de 2011

Encontros do estágio!!!Planejamento Participativo!!!

MARCIANE OLIVEIRA CORREIA


PRIMEIRO ENCONTRO DIA 10/10/2011





         Nesse dia precisávamos conhecer as professoras e como elas planejavam suas aulas. Segundo Gandin o planejamento participativo desenvolveu conceitos, modelos, técnicas e instrumentos para que as idéias construídas se convertessem em realidade.

De inicio a professora de estágio nos orientou a pegar temas como: saúde, qualidade de vida, bem estar... E selecionar para a semana toda, nós estagiários teríamos que dar as dicas de como as docentes deveriam planejar suas aulas, sabíamos que a clientela da noite é mais adulta e que trabalharíamos com a EJA. Mas de imediato percebemos que não daríamos conta de intervir em todas as disciplinas, pois o planejamento participativo era algo novo, tanto para os docentes, quanto para nós estagiários. Então a nossa professora de estágio nos deixou a vontade para a escolha de apenas uma disciplina.
O planejamento, como tarefa natural ao ser humano, é o processo de divisar o futuro e agir no presente para construí-lo. Assim, planejar é organizar um conjunto de idéias que representem esse futuro desejado e transformar a realidade para que esse conjunto nela se realize no todo ou em parte. (GANDIN; GANDIN, 1999, p. 37).

Neste dia pudemos conhecer a coordenadora que nos recepcionou muito bem, e a professora que seria nossa anfitriã pelo decorrer do estágio.
SEGUNDO ENCONTRO DIA 17/ 10/ 2011

Aqui já estava decidida a nossa professora que darei o pseudônimo de Luiza, por uma questão de preservar a imagem da mesma. Bem de inicio percebemos o amor que esta docente tem por sua turma, pois defende a EJA com unhas e dentes, e descobrimos o motivo, pois a mesma veio de uma turma da EJA e conseguiu se formar pedagoga pela nossa Universidade a UFAL, ela se sente uma professora realizada, pois foi com esta profissão que a mesma criou seus filhos e que possui sua casa, seu carro, etc.

Neste dia conversamos muito e pegamos o horário das suas disciplinas, além de definirmos a disciplina que seria escolhida para a realização do planejamento participativo, que deixamos que ela escolhesse a disciplina que mais se identifica, e Luiza escolheu história por ser a matéria que mais gosta de dar a seus alunos.

Nesse encontro Luiza falou que seus alunos são muito tímidos e que ela estava realizando um trabalho de literatura de cordel com eles, mas que apenas uma aluna tinha realizado o trabalho e mesmo assim, ela percebeu que a aluna não tinha produzido o texto, pois até a letra estava diferente, mas Luiza viu seu esforço, pois a aluna deu dicas de colocar o nome dela na literatura e quando Luiza leu pra gente percebemos que quem fez tem muita criatividade e rimas muito bonitas.


TERCEIRO ENCONTRO DIA: 24/ 10/ 2011

            Saímos no encontro anterior pensando em algumas propostas para tentarmos moldar a timidez dos alunos, de início levei uma dinâmica que realizei com a professora para que ela fizesse em sala com os alunos, foi a dinâmica do desafio que você encontrará na parte das dinâmicas do nosso blog.

            E outra sugestão que demos foi a realização do teatro do oprimido que conhecemos um pouco desse método na disciplina de corporeidade e movimento, fizemos um teatro fórum, o qual gostamos muito, pois trabalhamos com a realidade vivida por um de nossos participantes. Explicamos para a professora como realizamos e pedimos que a mesma fizesse essa tentativa com seus alunos.

            A realização do teatro fórum busca de início escolher uma história que tenha sido vivenciada por algum participante e que o mesmo tenha se sentido constrangido com a situação, tenha se sentido oprimido. Primeiro pedimos para que Luiza dividisse a turma por duplas e cada um dos pares iria contar a sua história de oprimido um para o outro e escolher uma história.

            Depois juntaríamos duas duplas formando grupos de quatro, dali deveriam escolher a história que mais comovesse o quarteto e assim por diante até do grupo, ficar apenas uma história que todos tenham visto ser a melhor para ser encenada.

            Este projeto deu certo por vários lugares pobres do Rio de Janeiro e o criador Augusto Boal quis levá-lo para vários outros lugares, pois tudo deve ser inventado, usado a imaginação sem custos para quem participa, porque tudo que faz parte não pode ser o material verdadeiro, por exemplo: um caderno, pode ser um computador, um apagador pode ser um telefone, uma pessoa pode ser uma porta e assim por diante, a imaginação deve ser usada, além de toda apresentação ser encerrada por uma música que deve ser criada pelos atores e ser original, não uma paródia.

             O interessante nesta metodologia é que os espectadores saem do seu lugar para opinar ocupando o lugar da pessoa que está sendo oprimida e tentam dar outras possíveis soluções de como se sair daquela situação, assim surgem diferentes respostas e pensamentos diferenciados, pois são situações que muitas vezes achamos não ter mais solução.

            Luiza copiou em se caderno nossas dicas e gostou da proposta, disse que iria tentar realizá-la junto aos alunos.

QUARTO ENCONTRO DIA: 31/ 10/ 2011

Levamos um filme que trata do teatro do oprimido, mostrando como deve ser trabalhada essa metodologia, apresentando o criador Augusto Boal que fala da sua criação e da relação e importância que esse teatro tem dentro da educação.

Estávamos curiosas para saber como tinha sido a aceitação dos alunos, Luiza nos relatou que eles participaram do inicio do trabalho: formaram duplas, quarteto, até que por fim escolheram uma história. A professora Luiza constatou que seus alunos só retrataram violência, pois é algo corriqueiro pelas redondezas que moram.

Ela falou que todos se interessaram pelo tema da violência e a história escolhida foi de uma aluna que desistiu de estudar porque mataram o primo dela a pedrada. Muitos contaram que já viram pessoas morrendo em sua frente, etc.

Possíveis soluções que os alunos suscitaram foram: policiamento, acabar com o uso das armas, fazer mais concursos para a polícia, não vender armas, ter leis mais rigorosas. Diante dessas soluções percebem que nenhum aluno falou que a educação seria também uma solução para a violência.

Algo que deixou Luiza interessada foi saber deles o que era uma “cocó”, pois ela nunca tinha ouvido esta expressão antes, e os alunos explicaram que cocó é uma armação, pois disseram que o que fizeram com o primo desta aluna foi uma cocó, uma armação para matar ele, pois se fizeram de amigos dele e o levaram para um canto e o mataram.

Agora a professora ficou incumbida de tentar fazer com que os alunos encenassem a cena da história que foi escolhida.

QUINTO ENCONTRO DIA 07/ 11/ 2011

A professora nos relatou que seus alunos não quiseram apresentar, pois se for para eles falarem sentados, eles ainda participam, mas se for para fazer algum tipo de apresentação eles não gostam.

Nesse dia levamos a apresentação da história: Metade de uma rosa. Primeiramente mostramos as imagens e perguntamos quais sentimentos despertavam essas imagens nelas? O que seria que estava acontecendo nessas imagens? etc.


Agora mostramos a história real.

Nesse dia debatemos sobre violência para que as professoras suscitassem a vontade de ter mais assuntos para abordarem com seus alunos. E solicitamos que Luiza insistisse um pouco na realização do teatro.

SEXTO ENCONTRO DIA 21/ 11/ 2011

A professora foi logo dizendo não dá, eles não querem fazer o teatro de maneira nenhuma. Uma aluna disse para a professora: - A senhora acha que a gente aqui quer trabalhar teatro? (Em tom irônico) Daí os outros alunos seguiram o mesmo pensamento dela.
Perguntamos o que ela percebeu? A professora falou que seus alunos não gostam nem de apresentar trabalho, seminário. E em relação a história escolhida eles não falam a verdade sobre o assassinato.
Bem, nesse dia estávamos tentando nortear uma discussão com Luiza, daí precisamos da ajuda da nossa professora de estágio. Um dos nossos desafios seria através do teatro desenvolver a linguagem oral dos alunos, pois é de extrema relevância que o aluno se expresse bem, pois eles vão precisar numa entrevista de emprego, para conversar com um desconhecido, etc.
Daí ficamos pensando em outra solução para desenvolvermos a linguagem oral dos alunos, pensamos num sarau com o trabalho de cordel, porém este também não estava indo de vento em polpa apesar de nós estagiários também ficarmos dando dicas de como a professora desenvolver melhor a literatura, pois não basta apenas levar literaturas prontas para os mesmos lerem e se inspirarem, dei a dica dela criar juntamente com os alunos um cordel na sala, mostrando para eles que eles podem e tem a capacidade de realizar esse trabalho.
Pensamos em tendas com exposições de temas relacionados à violência que foi o tema que mais eles se interessaram em falar, nesse dia Luiza parecia estar bem cansada e preocupada porque a diretora quer fechar a escola no turno da noite. A partir de então pensei em alguma maneira de fazer com que os alunos reagissem por seus direitos.

A professora da EJA fala da monotonia que é o horário noturno, ela fala que é por conta dos estudantes que não gostam de aulas diferentes, o que eles gostam é de escrever do quadro e isso faz a aula passar rápido, a mesma diz que quando pega o livro eles não gostam e muitas vezes quando não se escreve no quadro os alunos perguntam: -Professora você não vai dar aula hoje não é?

E ela diz: -Mas já estamos em aula.

Percebemos que é muito complicado quebrar condutas de pessoas habituadas a viver assim há anos.

Depois de muita discussão chegamos a uma solução, como a professora já tinha nos convidado para entrarmos em sua sala para constatarmos que eles não queriam de forma alguma realizar o teatro.

Pensamos em entrar em sala para ao menos termos uma conversa com os estudantes e tentarmos fazermos com que todos participassem, a sua maneira de uma discussão relacionada ao tema que eles mais gostaram de debater que foi sobre a violência, a professora aceitou e marcamos o dia para a realização deste trabalho.


SEXTO ENCONTRO 01/12/2011 QUINTA FEIRA

Nesse dia Luiza foi nossa co-autora e nos auxiliou, de inicio não fomos bem aceitas na sala, pois teve logo uma aluna que ficou dizendo que não ficaria ali, que ia embora porque estava com fome. Mas depois de muito conversarmos e pedi a participação de todos para que colaborassem com nosso trabalho eles aceitaram.

Levamos alguns jornais que tratavam de violência, e pedimos a participação de todos para responder a três perguntas:
A primeira pergunta muitos disseram que começa em casa, outros que começa com os políticos.
A segunda pergunta norteou uma ampla discussão, pois os alunos conheciam muitos tipos de violência.
A terceira pergunta já tinha sido respondida, mas quisemos ouvir dos próprios alunos o que eles pensavam, e nessa oportunidade, mais uma vez não deram a educação como solução, daí perguntei se ela seria uma solução, muitos ficaram é, seria, mas alguns estudantes acham que nunca sairemos dessa situação, possuem pensamentos pessimistas, tentei convencê-los que podemos mudar nosso Estado, que ainda temos direitos a nosso favor.
Esse dia foi muito legal, pois nunca tinha entrado em uma sala de adultos, através do diálogo percebi o quanto podemos moldar as pessoas, foi uma experiência muito proveitosa, pois atingimos o objetivo de quebrar um pouco das barreiras orais, porque todos se comunicaram conosco, uns falavam mais, outros bem pouco, mas todos falaram.

SÉTIMO ENCONTRO DIA: 05/12/2011

            Esse foi nosso último dia de estágio, conversamos sobre o que cada um achou dos dias de planejamento, tanto nós estagiários quanto os professores e a coordenadora para a nossa professora avaliar a opinião de todos, por fim tivemos um comes e bebes.

Esse estágio nos proporcionou aprendermos melhor o trabalho de uma coordenadora dentro de um âmbito escolar, bem como tentamos cumprir o papel dela com as professoras no planejamento que foi o participativo.

NOSSA INTERVENÇÃO VISOU O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL QUE FOI UMA DAS GRANDES DIFICULDADES QUE A PROFESSORA NOS APRESENTOU. REALIZAMOS UM TRABALHO EM SALA PARA A MOTIVAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE TODOS!!! ESSE TRABALHO SURGE DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO, POIS O TEMA ESCOLHIDO FORAM OS PRÓPRIOS ALUNOS QUE GOSTARAM DE DISCUTIR SOBRE A VIOLÊNCIA E ISSO NOS AJUDOU BASTANTE!!! CONFIRAM AS FOTOS!!!






















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